Intervenção da Presidente da AAAIO no dia 14 de Janeiro de 2015:

Cumprimento a mesa na pessoa do Exmo. Senhor Chefe do Estado Maior do Exército
Senhoras convidadas /Senhores convidados

Caríssimas Alunas Actuais e Antigas a quem peço que considerem a sua Associação como estando na mesa de honra, sem drama…

De acordo com documentos emitidos pelo Ministério da Defesa Nacional, esta será, para o cidadão comum, a última vez que se celebra o aniversário de um colégio vivo, fervilhante de sonhos juvenis e de recordações amadurecidas pela vida, neste espaço mítico para todas as antigas e actuais alunas: o Instituto de Odivelas, o nosso colégio.

Dirão que será a última vez que comeremos o amarelo no nosso refeitório, que será última vez que, embora uma exibição com poucos anos, se verão as Meninas de Odivelas a desfilar pelas ruas do município de que tomaram o nome.

E é irónico que o único estabelecimento educativo sob tutela do Exército cujo nome está associado ao local onde está inserido seja também o único a desaparecer ou, talvez melhor dizendo, o primeiro a desaparecer.

Quem frequentou este colégio fica com a mágoa de, por não lhe ter sido apresentado nenhum motivo convincente, não perceber a razão por que se acaba com uma escola que tem tudo para ter sucesso e dar lucro. Não foram ouvidas, quiçá nem bem lidas, as propostas do anterior director Coronel Bernardino Serra, apoiadas e continuadas pelo actual director, Coronel Nisa Pato.
A AAAIO não é uma associação estaticamente presa ao passado, mas só entende um futuro que não renegue o passado da sua escola, rico em sucessos académicos e baseado em valores éticos sólidos.

Faltou diálogo entre todas as partes para que todos pudessem entender o que se propunha e, quem sabe, chegar a um consenso aceitável por todos. É assim que se procede em organizações voltadas para um futuro que se pretende promissor e sustentado.

Ao invés, ficamos com a sensação de perda insensata de um projecto educativo, de uma solução truncada que, a nosso ver, corre o risco de destruir outro projecto educativo.

E, porque somos optimistas, resta-nos ainda a esperança de que, como já aconteceu noutras situações, possamos ver os diplomas ou alíneas revogados. E que, então, em conjunto, seja constituída uma solução que devolva efectivamente, à população de Odivelas e do país, uma instituição de futuro com provas dadas durante 115 anos.

Por fim, como alguém disse a um grupo de antigas alunas, não há Ministro que possa fechar-nos o colégio porque sempre que nos juntamos para falar do tempo aqui vivido ou para comer amarelo, em qualquer lado, ele estará bem aberto e bem vivo nos corações de todas.

Duc in altum.

Joaquina Cadete Philimore

AA nº 193/1960

Presidente da Direcção da AAAIO

 

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