Em 1898, um grupo de oficiais, preocupados com o destino e o futuro das órfãs de oficiais mortos no Ultramar, decide juntar-se, quotizar-se e criar em Portugal uma instituição idêntica ao Collège de la Légion d'Honneur, fundada por Napoleão Bonaparte, para acolher e educar as órfãs de oficiais. Tinha nascido a primeira grande obra de solidariedade das Forças Armadas Portuguesas.

No ano seguinte, a 9 de Março, o rei D. Carlos assinou o decreto de aprovação do estatuto do Instituto Infante D. Afonso. A 14 de Janeiro de 1900 o Instituto foi inaugurado solenemente, com dezassete alunas. À inauguração assistiu a família real, que assinou o auto de inauguração. As aulas começaram de imediato.

A instrução oficial feminina estava nessa época muito descurada em Portugal, limitando-se ao ensino primário.

A administração do Instituto decidiu, porém, que o ensino secundário ali fosse igualmente ministrado; assim, completada a instrução primária, as alunas transitavam para o ensino secundário, com a duração de três anos, seguindo-se o método e os livros adoptados no país. Além das disciplinas obrigatórias do ensino secundário oficial, as alunas tinham também educação religiosa e moral, assim como aulas de ensino doméstico, considerado indispensável a uma completa educação feminina.

Também muito importante para as alunas foi a decisão de se implementar o ensino profissional para que as educandas saíssem do instituto aptas a desempenhar uma profissão.

Em 1904, um decreto real equipara o Instituto Infante D. Afonso ao Real Colégio Militar, passando também a receber filhas de oficiais ainda vivos, mediante o pagamento duma mensalidade variável consoante a patente.

Em 1919, por iniciativa do então director do instituto, Coronel Ferreira de Simas, foi criada a Associação das Antigas Alunas do Instituto Feminino de Educação e Trabalho, a qual fez parte da sua importante obra social.

A associação é uma instituição de cariz humanitário, tendo por fim realizar a assistência material e moral às antigas alunas (A.A.). As preocupações principais do fundador eram que todas as A.A. fossem sócias, que se criasse um lar para as A.A. e que se organizassem reuniões de confraternização. O lar era uma instituição essencial para que as A.A. tivessem onde se instalar, sobretudo as da província, quando necessitassem de se empregar na capital.

Ao princípio, a actividade da associação limitava-se à cobrança de quotas e alguns auxílios, como pequenos subsídios ou empréstimos. Foi somente no início da década de setenta do séc. XX que a associação foi reactivada, com a primeira intenção de se organizar e fortalecer para depois criar um lar. Inesperadamente, porém, surgiu a oportunidade de se arrendar, em Odivelas, um palacete, antigo pavilhão de caça do início do século XIX, situado na Rua Alexandre Braga. Aí passou a funcionar a sede em 1971, e se instalou posteriormente a Nossa Casa, graças a subsídios diversos: eram três pisos com amplas divisões, algumas delas bastante valorizadas pelas suas decorações nos tectos e nas paredes e um parque arborizado. Depois de verificadas as condições existentes para um lar da terceira idade pelos Serviços Sociais das Forças Armadas, foi concedido à Associação um subsídio mensal que possibilitou a abertura do Lar em 1974.

Cerca de três décadas mais tarde foi necessário procurar uma nova morada e o Lar esteve instalado no Forte de São João das Maias, em Oeiras, durante cinco anos. Graças à perseverança das diversas direcções e à enorme onda de solidariedade de A.A., antigos alunos do C.M. e técnicos, que garantiu uma substancial angariação de fundos e de meios, bem como à cedência do terreno pelo Ministério da Defesa e a subsídios do Ministério da Solidariedade Social, foi possível construir a Nova Casa no Largo da Luz, em Carnide. Inaugurada no dia 14 de Janeiro de 2010, é aqui que se encontra actualmente o Lar e onde se desenvolvem muitas das actividades da Associação.

Além de A.A. e beneficiários do ISS, a Nova Casa pode também acolher antigos alunos do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército. É uma obra social com características muito especiais, que a tornam diferente dos outros lares: aqui somos uma família com um passado comum e muitas recordações. Qualquer problema que surja, é resolvido em ambiente familiar em que se conta, sempre e acima de tudo, com a amizade, a compreensão e a ajuda de todos.

Como não se pode manter muito pessoal remunerado, boa parte do serviço da secretaria, da Associação e do Lar é assegurado por A.A. em regime de voluntariado.

A associação tem uma forte vertente cultural, organizando diversos eventos, como exposições de arte, leituras, conferências e visitas a lugares históricos e museus. Os residentes da Nova Casa são sempre convidados e incentivados a participar.

A nossa postura nas várias vertentes de acção trouxe à AAAIO uma projecção muito valiosa e firme, primeiro entre os múltiplos membros e vereadores da autarquia e da Junta de Freguesia de Odivelas e, mais recentemente, os da freguesia de Carnide.

A AAAIO está registada como IPSS desde 1989 e goza do estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública desde 1990.